diga a coisa como a coisa é.
não foi a Elena Ferrante quem inventou, mas é a dica que ela passa no livro que não consegui terminar. As margens e o ditado: Sobre os prazeres de ler e escrever não é um livro que eu indicaria, mas a frase é boa e bateu forte aqui.
parece tão simples e tão óbvio dizer (e escrever) a coisa como a coisa é. só que quando eu tento digitar todas essas coisas que enchem a minha cabeça de blábláblá eu não consigo. parece que tudo é nada e nada é tudo e a ansiedade aumenta e é melhor eu voltar a rolar o feed do Instagram ou assistir aos vídeos do canal Architectural Digest no Youtube.
meu avô me contou que antigamente muita gente morria nessa época e a frase mais usada nesse mês era a seguinte: se passou de agosto, vive mais um ano. sei que é bobagem, afinal, meu tio doente, que sobreviveu a agosto e morreu na primeira semana de setembro, tá aí pra provar que essa teoria é falha. mas resolvi ressignificar o ditado pra minha escrita e, assim, ter esperança de que pelo menos por mais um ano eu continue tentando escrever as coisas como as coisas são.
(tomará que eu não “morra” na primeira semana de setembro)
oremos? #oremos
Goodvibes de AGOSTO
Encontrei uma costureira maravilhosa que, além de ter um apartamento estilo casa de vó, é caprichosa, rápida, mora perto e ainda tem uma gatinha (tipo cachorro) que ama cafuné.
Com narração e participação fofíssima do Barack Obama, o documentário Trabalho rendeu muita reflexão sobre essa coisa que a gente tem que fazer quando não é herdeiro: TRA-BA-LHAR.
Amigo que conseguiu sair da casa da mãe, amiga que descobriu um novo hobby, eu que tenho uma turma do fundão no teatro… pequenas alegrias da vida adulta, eu vou, ô ô ô ô.
Meu avô nasceu no mesmo ano de Gilberto Gil e Caetano Veloso e, mesmo não sendo tão descolado (e nem um pouco artista), comemorou 81 anos nesse mês e tá CONSERVADAÇO (estou viciada nesse elogio).
Badvibes de AGOSTO
O lábio da boca todo lascado porque não consegui parar de arrancar as pelinhas ressecadas pelo vento gelado.
Curso online ao vivo com tradução simultânea EU NÃO AGUENTO.
Meu trabalho é burocrático, eu sei, mas tem dias que ele exagera.
Deitei na rede e vim de LEITURINHA
Três peças para dois (Felipe Martinez) - escrito pelo meu professor de teatro, são três peças teatrais que me deixaram com a mesma pergunta no final: quanto amor e ódio pode coexistir em uma relação entre duas pessoas?
Primeiro eu tive que morrer (Lorena Portela) - uma mulher queimando pra fora (= tendo um burnout), usa de seus privilégios financeiros para afogar os problemas em uma temporada mística no litoral.
Via Ápia (Geovani Martins) - O Rio de Janeiro continua lindo… pra quem?
Vida de gato (Clara Averbuck) - o caminho da autodestruição de uma escritora sem dinheiro, sem casa, sem os gatos e sem o amor que era pra ser pra sempre. Amei amei amei.
No meu rolo da câmera rolou essa foto aqui
O que é a VIDA, Gabriela?
Tentar guardar na memória
todo mundo que
vai desaparecer
entre um agosto e outro.