sonho muito, desde sempre, todo dia. quer dizer, toda noite e às vezes depois do almoço quando dá pra dar aquela dormidinha.
teve a época dos tsunamis acabando com a praia, teve a época das cobras gigantes no meio do caminho e agora eu tô na fase dos aviões caindo (o bom é que na maioria das vezes eu tô só assistindo e não dentro da bola de fogo).
sonho com pessoas mortas felizes e eu fico tipo “o que tu tá fazendo aqui, tu não tinha morrido não?”. sonho com velório de gente viva onde o chororô é sem fim e acordar é um alívio. sonho que eu tô doente, que tô fazendo quimioterapia e que sinto uma tristeza jamais sentida.
sonho que tenho uma filha muuuuito bonitinha e loirinha e feliz. sonho que deixei outra filha na porta da minha mãe pra ela criar. sonho que meu filho mais velho é uma criança chata pra caralho e que me faz gritar EU NÃO QUERO SER MÃEEEEE.
mas o que mais me incomoda nisso tudo não são os pesadelos ou acordar mais cansada do que estava antes de dormir. o que me chateia de verdade é acordar lembrando que deixei de beijar na boca (ou de ter um sexozinho gostoso) porque estou em um relacionamento monogâmico na vida real.
que baita FALTA de sacanagem.
e o que significa tudo isso?
traumas? medo de morrer? o inconsciente tá desatualizado entre os mortos e os vivos? são visões do futuro? só freud explica? só a inteligência artificial explica? alguém (ou algum robô) algum dia explicará?
o que importa é que o irmão do meu amigo ganhou R$ 100.000,00 jogando no leão. o meu pai trocou a geladeira apostando no macaco. uma conhecida sustenta a filha sediando uma banca do jogo do bicho. e eu?
eu continuo tentando analisar os sonhos e continuo sendo pobre. AFF.
Goodvibes de JULHO
Participo do coletivo Fazia Poesia no Médium e um dos meus poemas foi destaque no segundo trimestre de 2023. O poema é esse aqui: Forte, guerreira
Dirigir por 12 horas com um amigo que tem papo bom e ser recebida na casa de outro amigo com um prato cheio de docinhos.
Mesmo culpada, consegui beijar na boca de outra pessoa em um sonho. Será que é o primeiro passo pra deixar de ser onírica-monogâmica???
O filme da Barbie. Não o filme em si, mas a ida ao cinema e a pipoca doce e salgada. A última vez que fui foi antes da pandemia e eu tinha esquecido o quão bom é assistir um filme na tela gigante e fazer piada de quem bate palma para os créditos finais.
Badvibes de JULHO
Uma espinha que apareceu dentro do meu nariz.
Uma gripe que apareceu duas semanas atrás e ainda não passou.
O inverno que não se decide se fica em 0ºC ou 30ºC.
Deitei na rede e vim de LEITURINHA
A chave de casa (Tatiana Salem Levy) - um avô que veio de longe, uma mãe que ainda vive, um abuso que ainda não foi superado e um passado que precisa de voz para deixar de ser presente.
Eu que nunca conheci os homens (Jacqueline Harpman) - 40 mulheres que foram presas dentro de um porão e que, por sorte ou azar, foram libertas para um mundo feito de planícies e nenhuma esperança pelo futuro.
No meu rolo da câmera rolou essa foto aqui
O que é a VIDA, Gabriela?
Pegar emprestado, usar como exemplo, roubar, tomar, arrancar, copiar, replicar, compartilhar.
Nossa. Tenho um amigo aqui do trabalho que vive apostando em uns jogos no celular. De vez em quando ele passa pela minha mesa e diz: "ganhei três mil", "ganhei mil", "ganhei oito mil". E claro, às vezes ele perde uns noventa, duzentos ou quinhentos reais de aposta, um dinheiro que eu jamais poderia perder porque é o dinheiro certo das contas. Não sobra pra apostar, para tentar. Não sobra.
Sei nem o que diga.