no meu diário, onde eu não escrevo todos os dias, tenho escrito sobre minhas fofocas.
contei que me mudei, nem fui classificada pro concurso de escrita que eu tinha certeza que ganharia, viajei e fiquei muito tempo da viagem pensando que daria alguma coisa errada, continuo com a angústia pela morte que pode chegar a qualquer ligação, não consigo sequer sonhar com o que quero de verdade porque a autoestima da gata é/tá um cocô, o mundo tá bem louco, mas eu nem tenho do que reclamar, porque as contas tão sendo pagas, meu trabalho tá ok e eu até tenho plano de saúde.
aí nesse mesmo diário, onde eu escrevo a cada um/dois meses minhas fofocas, eu larguei um “o ano tá acabando e eu quase não escrevi”…
COMO ASSIM EU QUASE NÃO ESCREVI?
eu enviei um livro de contos pra um concurso, escrevo todo mês um poema que é publicado pelo Fazia Poesia, essa newsletter também viaja mensalmente do meu computador pro e-mail da “galera” desde março e, além disso, a leiturinha, que faz parte da escrita, também nunca ficou ausente no meu dia a dia.
é aí que eu me pergunto:
por que a quantidade de coisas que eu faço nunca tá certa? por que o que eu escrevo nunca tá suficientemente bom ou inteligente ou esperto ou sagaz? por que eu me comparo mesmo não querendo me comparar? pra quem eu escrevo? será que essa ENTIDADE DO JULGAMENTO lê o que eu escrevo? e se ela lê, será que se importa com o que eu escrevo? e se ela se importa, o que isso importa pra mim?
nada? ou tudo?
fica aí o questionamento (sem respostas, por enquanto).
Goodvibes de NOVEMBRO
Mudei de casa e sobrevivi à mudança.
Duas semanas de F-É-R-I-A-S!
Encontrei muita gente boa no caminho: Caetano Veloso, bio, Pitty, lala, Maria Bethânia, meu pai, Maria Rita, pypy, Emicida, as manas, Vera Holtz, jepyto, Alcione…
Ir no bar de chinelo, o pôr do sol na hora de tomar banho, uma área de serviço que dá pra ter varal, um banheiro a mais pra quando der piriri nos dois ao mesmo tempo, um chão que não mostra os cabelos caídos, um sofá novo que cabe um bando de gente de pé sujo.
Badvibes de NOVEMBRO
Eu passei UM DIA na onda de calor do Rio de Janeiro e foi tão ruim que não desejo isso nem pro véio da havan.
Decidi pintar o rejunte do piso da cozinha e o meu ciático berrou que não tenho mais vinte anos.
A fita 3M é muito legal e tal, mas quando ela cola é muito difícil de tirar. Por exemplo, colei um tampo de MDF em uma pedra e, quando precisei tirar, quase arranquei a pedra da estrutura, mas não descolei o MDF (inserir aqui um emoji derretendo).
Deitei na rede e vim de LEITURINHA
Peitos e ovos (Mieko Kawakami) - na primeira parte, uma irmã querendo colocar peitos. na segunda, a outra irmã querendo ser mãe.
Enterre seus mortos (Ana Paula Maia) - para animais mortos há o recolhimento imediato. para pessoas mortas não há nenhum camburão disponível.
Um teto todo seu (Virgínia Woolf) - pra escrever é simples: basta um teto todo seu e uma renda toda sua. Desde quando a mulher tem acesso a essa simplicidade?
No meu rolo da câmera rolou essa foto aqui
O que é a VIDA, Gabriela?
esperar as férias,
ter medo de temporal,
acreditar que o fim do mundo vai acontecer só pra próxima geração.
Não passar em um concurso literário: confere.
Medo da morte: confere.
Duvidar da minha escrita: confere.
hahaha
Gosto muito da sua escrita, parece uma conversa com uma amiga S2